Ganhar dinheiro custa muito caro e as pessoas dificilmente param para pensar sobre isso.
Sem ter a plena consciência de quanto cada nota de dinheiro custou para estar no seu bolso, você provavelmente vai desrespeitar e desperdiçar o seu dinheiro.
Podemos dividir o dinheiro que temos em dois tipos: “dinheiro caro” e “dinheiro barato“. Muitas vezes o dinheiro barato também pode ser entendido como “dinheiro grátis“.
Recomendamos que você classifique o seu dinheiro seguindo esse critério. Isso vai ajudar nas decisões de consumo e investimento. Vamos entender como funciona.
O dinheiro caro
Se para exercer a sua atual profissão você foi obrigado(a) a concluir o ensino médio, ensino superior, cursos técnicos e pós-graduação, você deve estar ciente sobre a quantidade tempo e de dinheiro que foram gastos durante a sua vida para conseguir a sua primeira nota de R$ 100.
Todo jovem já começa a sua vida profissional no vermelho. Cada nota de R$ 100 que o jovem recebe no seu primeiro salário custou uma verdadeira fortuna para ser conquistada. Você gastou muito tempo e dinheiro para se qualificar e provavelmente a sua família também gastou muito tempo e dinheiro investindo em você.
Tirando todo o custo que você teve se preparando para ser capaz de produzir sua própria renda através do trabalho, você ainda tem um custo recorrente para produzir o dinheiro que ganha. Você gasta seu precioso tempo todos os dias no trabalho, você gasta dinheiro com transporte, gasta com sua imagem profissional, gasta com cursos para se atualizar profissionalmente etc. Podemos dizer que trabalhar não é grátis. Manter sua empregabilidade não é grátis. O salário que você tem hoje não é grátis. Gastamos a maior parte da nossa vida entre o ir e vir de casa para o trabalho.
Você já tentou calcular quanto dinheiro você precisa produzir para a empresa onde você trabalha para receber cada nota de R$ 100 de salário?
Certamente você precisa produzir muitas centenas de reais para cada uma centena de remuneração.
O dinheiro do seu trabalho é um dinheiro que custa muito caro. Esse dinheiro precisa ser respeitado, pois você gastou um pedaço da sua vida para conquistá-lo.
O dinheiro barato
Mas se existe dinheiro caro, também existe dinheiro barato.
Quando você investe o dinheiro do seu trabalho (dinheiro caro) e recebe juros (renda fixa), dividendos (renda variável) ou aluguéis (imóveis), você está produzindo dinheiro barato. É um dinheiro que não custou sua força de trabalho e não custou seu precioso e limitado tempo.
Dessa forma, podemos dizer que R$ 100 recebidos através de um investimento vale mais do que R$ 100 recebido através do seu tempo e esforço de trabalho.
Vamos imaginar um exemplo. Se você ganha R$ 5.000,00 líquidos de salário e para isso precisa trabalhar 220 horas mensais, dividindo 5000 por 220 temos R$ 22,72 por hora.
Isso significa que cada nota de R$ 100 que você tem no bolso custou quase 4 horas e meia de trabalho. No momento de gastar R$ 100 você precisa pensar sobre o custo das 4 horas e meia de trabalho. No momento de poupar R$ 100 você precisa imaginar que está poupando 4 horas e meia de vida para ser aproveitada no futuro e que pode gerar uma renda adicional grátis até lá.
A ideia aqui é fazer você consciente sobre o custo do seu dinheiro. É claro que ninguém mais vai motivar você a ter consciência sobre esse custo, pois isso atrapalha o funcionamento do sistema que foi projetado para motivar o consumismo imediato de tudo que temos e não temos (dívidas). Poupar e investir é um conhecimento dominado e valorizado por uma minoria da população e não é por coincidência que essa minoria acaba entrando para pequeno grupo dos que possuem melhor condição financeira.
Agora imagine alguém que investiu algum dinheiro e recebeu R$ 100,00 de juros. Não foi necessário trabalhar. Não foi necessário ter qualquer despesa ou gastar tempo para conseguir esses R$ 100. A única coisa necessária foi a decisão de poupar e investir esse dinheiro (decisão difícil e pouco valorizada pela população). Podemos dizer que essa nota de R$ 100 é um dinheiro muito barato, conquistado com custos muito baixos e por isso vale muito mais do que o dinheiro caro recebido através do seu salário.
Esse modo de pensar produz uma enorme diferença nas decisões de consumo e investimentos.
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